quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Lembrança

Seria difícil dizer quando houve essa mudança dentro dele.
Não foi repentina. Não foi um súbito despertar. Foi uma caminhada, lenta, dorida,
rumo ao equilíbrio. À medida que caminhava mais se fortalecia.
Tudo aquilo que antes o aterrorizava e o afligia, parecia menos ameaçador.
Desaparecera muito do que tinha importância, pois finalmente enfrentara
e domara o monstro do abandono.
De todos os seus medos, perdê-la parecia o pior, no entanto ele a perdeu
e descobriu que a vida era possível sem ela.
A ausência dela não mais lhe doía.
Guardaria com ele o que aprendera com ela,
assim como ela ficaria com o melhor dele.
O tempo dos dois havia acabado.
A história deles jamais chegaria até o fim.

sábado, 26 de julho de 2008

Uma visão da morte

A alma,é a névoa negra dançando no ar,
enquanto o último beijo e o último olhar se entrelaçam.
Só a matéria que resta,perfurando a leveza do ar puro com a
navalha do espírito.
Os espelhos estão quebrados.
Os cacos,é claro,estão em outras mãos.
Mãos estas que um dia levemente passeavam
sobre o seu corpo inerte e sem força
hoje jazem em suas fundaçoes corrompendo devagar
o que ainda resta daquelas boas lembranças
Antes limpas e belas
sao agora sujas por retirarem seu coraçao do lugar....

segunda-feira, 9 de junho de 2008

A calmaria

Orgia do silencio.
Pausa para observar a complicada
metalurgia mental
palavras organizadas de maneiras inertes
sem som, sem vida.
Carregadas de significados
palavras esguias de uma mente doente
profanos reflexos de furacoes
latentes....
Um grito sodomico de desejo
rompe uma porta para o surreal
um refugio para todas as almas....
Rituais de Furia infinda
movem os desejos canibalisticos
um ciclo vicioso de energia
domina o significado de uma vida melancolica
move os desejos vampiricos mortais
voluptosas figuras esquias
se escondem nas sombras dos dias
um refugio para todas as almas!

quinta-feira, 8 de maio de 2008

The Call Of Shadow


Um dia, quando a noite cair
e todas as estrelas se apagarem com o sol
havera um chamado primal.
O horror caminhara explicito sobre as ruas
as calçadas se pintaram uma apos a outra num resplencedor vermelho sangue
o odio sera um combustivel universal.
As luzes se apagaram e tudo que voce conhece de bom e bonito sera devorado
demonios caminharam pela noite girando numa dança pagã. Eu gosto do cheiro..
voce consegue sentir? é cheiro de sofrimento, tem cheiro de morte no ar...
A noite calida e mortal lhe propoe uma dança,ela te chama para um doce ritual
ela quer te chupar... drenar toda a sua luz. Voce recusa!
Sobre gritos e sensaçoes entramos em total colapso as sombras nos absorvem
nos aprisionam, derrepende o ar se transforma, fantasmas do passado vagam pelos seus olhos
um exercito de dragoes obsecados por sangue, movidos pelo
o odio eles te deixam em transe e absorvem devagar sua existencia drenando e
drenando eles evoluem devagar tomam o seu corpo aprisionam a sua mente...
voce esta estagnado pelo medo tenta gritar mais a voz nao sai tenta correr mais
nao se meche voce esta sendo domado, era a culpa.
A noite cai totalmente a escuridao reina indomavel obscurecendo os sentidos novamente
as sombras lhe propoem uma dança, mais agora voce nao consegue parar, ela te pega
pela mao e te guia devagar, voce nao sabe dançar mais nao tropeça, voce se arrepia
so de pensar em olhar para o negro indescritivel do rosto do seu parceiro.
A escuridao cai e com ela a vida ganha um novo significado!

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Manifesto a desleal corrupção dos homens


É engraçado, talvez poético ou ate mesmo inconstante, bom somos o reflexo dos nossos pensamentos agimos fazendo o que queremos, mais às vezes deixamos de fazer o que é correto, bom à vida é como uma maldita dança mais ela não é uma dança comum ela tem pensamentos e ações próprias alem de tudo é temperamental, bom à vida é isso uma manada de cavalos selvagens correndo pelo vasto e solitário campo de maças, mais nada e tão simples assim. O homem é reflexo direto de seus atos logo somos nossos próprios demônios, cobiçamos a queda para que com ela venha a ascensão.
Eu admiro a beleza animal do homem violento e independente aquele que nasce para matar e morrer que corre pelos campos a procura de seres que satisfaçam seus desejos infames e medonhos. Foram esses seres que dominaram a razão e obscureceram o fluxo normal das coisas são esses super-homens que encontraram a razão para o todo e o completo. Quando começamos a raciocinar e nos questionarmos encontramos brechas para o desespero, entramos em colapso procuramos uma forma de nos perdoarmos de fazer com que a nossa consciência apague o que vimos apague o nosso reflexo no espelho. Mais acima de tudo eu admiro a força da alienação descomunal que toda e qualquer manifestação religiosa amoral tem sobre os homens de boa fé. Eu não conheço o mundo sem essa escravização de poderes eu não consigo saber quando isso começou só o que eu sei é que isso não deveria ter aparecido.
Às vezes acho que isso seja uma espécie de carência ou ate mesmo o preço da introspecção, quando olhamos pra dentro de nos mesmos reconhecemos nossa verdade, ou seja, eu sempre me perguntei pq. alguém como uma mulher o ser mais diabólico do mundo serviria para com deus por todos os dias de sua vida? Abdicando os desejos da carne do ser e do universo senão para obter maiores retornos! Eu não sei o que pensar simplesmente começa a atirar palavras nesse texto que deveria ser critico e não tão realista quanto parece mais eu não sei o que dizer quando o tema me toma a consciência.
Uma vez eu liguei a TV era alta madrugada em um desses programas "evangélicos" que buscam a paz do homem e do espírito para com próximo, mais vendo toda aquela cena teatral eu resolvi me perguntar já que desde pequeno minha mãe me dizia meu filho deus é amor então se deus é amor de quantas vidas mais você precisa para o seu plano maléfico? Porque deus você precisa de tanta dor? E por que deus você precisa de tanto dinheiro já que você criou toda essa merda porque você insiste em se acorrentar nos desejos dos homens? E por que deus você criou o mundo mais não a justiça?
Eu li em algum lugar que o homem e imagem e semelhança de seu criador bom isso me deixa muito triste, pois eu começo a perceber que deveríamos colocar uma bala na porra de nossas cabeças ou ate mesmo fazer atos mais selvagens levando conosco um pouco desses seres tão maus que habitam minha terra e que me chamam de irmãos. Seria mesmo tudo aquilo que fazem terrorismo ou beneficio?
Eu paro para pensar por cinco míseros segundos e aparecem na minha mente os mesmos medos: eu não quero ser como todos vocês, eu não estou preparado para essa tortura emocional, psicológica e física que as grandes comunidades nos impõem, a grande organização monoteísta crista prega o ódio e mais ódio se você parar para ler algo que eles dizem se centram em três grandes palavras ódio, dinheiro e salvação. Bom serão mesmo todos os cristãos seres atormentados por sua consciência? E é por isso que procuram tanto uma forma de se perdoarem enganando o próximo? vestem uma mascara bonita e brilhante mais a realidade e cômica e penosa.

sábado, 15 de março de 2008

Die Selbstmord

voce se lembra?
da ultima vez que sentiu seu corpo sendo descoberto,
da sua juventude...
hj nasceu mais um dia nublado
o sol poderia estar aqui mais eu teimo em esconde-lo
voce ja quiz correr por ai nu?
e no apice da tragetoria voar como energia
decolar pra dentro de si e sentir sua propria essencia,
descobrir seus proprios misterios envoltos em brumas shamanicas

é o inicio de uma viajem traumatica
enquanto voce cai em sono profundo
a realidade se estraçalha em sua volta
um ritual de sodomia
Àquele que ousa atravessar o limiar da verdade
é o mesmo que ousa brincar com destino
manipulando a vida, brincando de deus...
descobrindo sua propria essencia maligna
transmutando o surreal....
Die Selbstmord

tendo uma vez olhado para a escuridão
você carregará essa dor para o fim dos teus dias
eu olho pro ceu e assisto a grande luz morrer
enaquanto ela desaparece no horizonte como fogo vermelho
a escuridão paranormal desce
invadindo mente, corpo e alma
e voce se perde denovo
onde a vida começa e quando ela termina?
eu procuro pela fronteira do utopico e do surreal

no final dessa longa jornada
eu estou triste, e abatido
o dia passou faz tempo na min ha vida
mesmo que eu olhe pro sol os meus olhos se fecham
nao ha esperanças em meu coraçao
ha apernas morte.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Metamorfose (refresh your soul) "Escuro e nebuloso é o início de todas as coisas, mas não o seu fim."


São segundos minutos que nos fazem tomar decisões insensatas, é complicado, às vezes em alguns momentos nos encontramos perdidos e não temos muito tempo para analisarmos e tudo explode de uma maneira incontrolável, uma overdose de sentimentos, de sensações um segundo de caos e tudo desmorona. A base da verdade em si é a mudança, mais o que acontece quando a transmutação é inalcançável, sobre mil sois radiantes queimamos nossos prazeres, era calor, era frio, era estagnante. Não importa o que vivemos o que fizemos se a base permanece imutável o volume não se altera, não nessa regra matemática de vida, dia após dia para nos arrependermos dos nossos atos infundados ou ate mesmo a falta deles...
É complicado e muito. Mais o que fazer quando estamos presos a patamares distantes da mudança? Seria uma incógnita, mudança uma palavra tão mal compreendida. Ou o termo é muito distante? Não é tão difícil se pararmos para pensar seria relativamente fácil existe o certo e o errado, é só fazer o contrario, mais o que nos prende a essa linha tênue da duvida? Bom, creio que o medo ou a aversão o orgulho talvez mais nada tão forte como as razoes que temos para mudar como o amor... O amor mudou grandes personalidades deu razoes a grandes pessoas e se pensarmos é à base de tudo, bom o universo expele amor cada célula chama outra de encontro a si, e tudo tão simples, todos dependem de cada pedaço do universo e mesmo assim teimamos em permanecer no erro ate aonde vai a nossa capacidade de compreensão? Podemos nos julgar compreensivos se não nos compreendemos? Como eu disse a cada batida na porta eu sinto, escuto, vejo que não existe ninguém ali pra atender ao meu chamado... É complicado... Um texto formado de pontos de vista infundados seria essa a base da mudança, eterna dádiva universal... E a duvida permanece....

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Estatico e Imoral (O lar oculto primal)

Como o sangue, corremos dentro dos corpos no momento em que abismos os puxam e os devoram. Atravessamos cada ramo das árvores interiores que crescem do peito e se estendem pelos braços, pelas pernas, pelos olhares. As raízes agarram-se ao coração e nós cobrimos cada dedo fino dessas raízes que se fecham ,apertam e esmagam essa pedra de fogo. Como sangue, somos lágrimas. Como sangue, existimos dentro dos gestos. As palavras são, tantas vezes, feitas daquilo que significamos. E somos o vento, os caminhos do vento sobre os rostos. O vento dentro da escuridão como o único objeto que pode ser tocado. Debaixo da pele, envolvemos as memórias, as ideias, a esperança e o desencanto.
Depois das nuvens, no último lugar do mundo, ficamos aonde não chegam as vozes. Os nossos olhares estendem-se aos cantos mais esquecidos das casas, ao fundo do mar, aos lugares que só os cegos vêem, às rochas cobertas por folhas na floresta, às ruas de todas as cidades. Os nossos olhares tocam os lugares iluminados e tocam os lugares negros. Ninguém e nada nos pode fugir. À noite, estendemos os braços para entregar uma bala, ou um frasco de veneno, ou uma lâmina, ou uma corda. À noite, tocamos em rostos. E sorrimos. O som de um tiro. O fogo dentro de um frasco de veneno. Sangue a secar na linha de uma lâmina. Uma corda esticada na noite. Morte fogo, sangue morte. E sorrimos. Longe da lua, depois das nuvens, o nosso rosto é uma ferida aberta no céu da noite. O mundo, diante de nós. Podemos tocar-te agora. Com o movimento mais pequeno de um dedo, podemos destruir aquilo que te parece mais seguro. Estás diante de nós. Se quisermos, podemos tocar-te. Se quisermos, podemos destruir-te.
Dentro e sobre os homens, somos o medo. São as nossas mãos que determinam a fúria das águas, que fazem marchar exércitos, que plantam hemorragicas chacas debaixo da pele. Sabemos que nos conheces. Em algum instante da tua vida, enchemos-te e envolvemos-te com a imagem da tua vida, enchemos-te e envolvemos-te com a imagem da nossa voz, a imagem do nosso significado, o silêncio e as palavras. Num instante que escolhermos podemos voltar a encher-te e a cobrir-te. Sabemos que conheces o frio e a solidão à margem das estradas quando a noite é tão escura, quando a lua morreu, quando existe um deserto negro à margem das estradas. Olhe para dentro de ti e nos encontra-ra. Olhe para o céu, depois das nuvens, e estaremos la. Nunca poderás esconder-te de nós. Esse é o preço por caminhares sobre a terra. As últimas pás de terra a cobrirem-te serão as nossas pálpebras a fecharem-se. Só então poderás descansar.
Somos o medo. Conhecemos tantas histórias. Todos os amantes que olham pela janela e imaginam que se perderam para sempre. Todos os homens que, num quarto de hospital, abraçam os filhos. Todos os afogados que, pela última vez, levantam a cabeça fora de água. Todos os homens que escondem segredos. E tu? Escondes algum segredo? Não precisas de responder. Conhecemos a tua história. Vimos-te mesmo quando não nos via. Vemos-te agora. Escondes algum segredo? Responde quando te olhares ao espelho. O teu rosto duplicado: o teu rosto e o teu rosto. Quando vires os teus olhos a verem-te, quando não souberes se tu és tu ou se o teu reflexo no espelho, quando não conseguires distinguir-te de ti, olha para o fundo dessa pessoa que és e imagina o que aconteceria se todos soubessem aquilo que só tu sabes sobre ti. Nesse momento, estaremos contigo. Envolver-te-emos e estarás sozinho.
Depois das nuvens, sobre os homens, debaixo da pele, dentro dos homens, esperamos por ti. Estamos a ver-te agora, enquanto lês. Estaremos a ver-te quando deixares de pensar nestas palavras. Dentro e sobre o teu rosto, sabemos os teus pecados. Dentro e sobre o teu rosto, sabemos os teus segredos. Sabemos aquilo que escondes até de ti próprio. Não nos podes fugir. Na palma das nossas mãos seguramos o teu coração. Se quisermos, podemos apertá-lo agora. Se quisermos, podemos esmagá-lo. Não podes fazer nada para nos impedir. O nosso olhar está parado sobre cada um dos teus gestos e sobre cada uma das tuas palavras. Diz uma palavra agora. Faz um gesto. Sorrimos perante as tuas palavras, como sorrimos perante o teu silêncio. Ninguém poderá proteger-te. Ninguém pode proteger-te agora. És ainda menos do que imaginas. Nós assistimos a mil gerações de homens como tu. Para nosso prazer, deixámo-los caminhar pelas linhas das nossas mãos. Para nosso prazer, tirámos-lhe tudo. Guiámos gerações inteiras de homens por túneis que construímos em direcção a nada. E, quando chegaram ao vazio, sorrimos. És igual a todos eles. Esperamos por ti dentro e sobre o teu rosto. Continua o teu caminho. Segue por essa linha da nossa mão. Nós sabemos onde termina esse túnel em que caminhas. Contina a caminhar. Nós esperamos por ti. Sorrimos ao ver-te. Depois das nuvens, somos o medo. Debaixo da pele, somos o medo.